Em meio a uma disputa interna no governo sobre mudanças nas metas fiscais de 2017 e 2018, parte da equipe econômica decidiu tirar da gaveta projetos de aumentos de impostos que poderiam reforçar os cofres públicos a partir do ano que vem.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles
As ações vão desde criar uma nova alíquota de Imposto de Renda para as pessoas físicas (que poderia chegar a 35%), passar a cobrar IR sobre lucros e dividendos até rever desonerações. Essas medidas, que precisam ser aprovadas pelo Congresso por meio de projeto de lei, precisam ser apresentadas este ano, mas teriam efeito sobre as contas de 2018. Essa ala do governo é contra uma mexida na meta do ano que vem, de déficit primário de R$ 129 bilhões, e quer esperar até setembro para ver se é mesmo necessário alterar a deste ano, de rombo de R$ 139 bilhões.
Os defensores da revisão imediata da meta e o próprio Palácio do Planalto, no entanto, sabem que o fôlego do presidente Michel Temer para conseguir concretizar medidas impopulares como essas é pequeno e, portanto, o mais provável é que nem todas sejam encaminhadas ao Legislativo. A que teria o maior potencial de arrecadação seria a instituição de uma tributação sobre lucros e dividendos, superando R$ 10 bilhões.
Fonte: O Globo